Curiosamente a
loucura
desde cedo presente
em minha vida
nunca me mereceu um
verso.
Um venerando mestre
não gosta dessa palavra,
tendo-a como
espiritualmente negativa.
Pondero.
Mas o mesmo sábio
também não gostava de pipas!
E eu penso, aqui na
minha pequenez,
se são, santo,
puro, avatar, bodisatwa,
não
tem lá suas idiossincrasias....
A loucura me
assistiu bem cedo
desde quando
pequenino
olhando o céu
noturno
sonhava conhecer,
um dia, todas aquelas luzes.
Foi minha auto
maldição e também minha salvação.
Talvez eu não
precisasse conhecer
tantos meandros da
vida e me contentasse
como tantos se
contentam...
Mas, não, todas
aquelas luzes,
igualmente
fascinantes
a povoar
o céu da minha alma
insistiram que eu
as conhecesse
- e estrela vale
tanto uma como a outra
não importa sua cor...
nem mesmo sua
distância.
Enfim, todas as
estrelas, daquele céu
dos meus cinco
anos,
terminaram por me
arrebatar.
Então fiquei
esgarçado pelas galáxias,
o espírito difuso
por mil corpos celestiais
sem poder reunir de
novo todo meu éter.
E, reconhecendo-me
louco
num mundo mais
louco ainda,
dei-me por são!
E passei a
compreender a todos os normais.
Agora
quando meu
ectoplasma se condensou
opero do mesmo
corpo que habito
e conservo a
compreensão e a simpatia
por todos vocês,
normais.
Mas, acredite,
meu coração sempre
passeia
por paragens
celestiais.
Andreluz
achei a poesia linda parabéns!
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