Eu decidi entrevistar porque eu tenho muitas dúvida sobre como fazer o tratamento: internado ou em liberdade. Fiquei 15 anos internado em Hospital Psiquiátrico e ainda não me acostumei com este tratamento em liberdade. Tou me acostumando ainda.
Depende de nós se ajudar e levar o tratamento a sério para não recair. As pessoas olham diferente para gente, com medo, com preconceito. De tanto sofrer preconceito, agora eu que fiquei preconceituosa. As pessoas passam perto de mim e já me despeço.
Eu tava em crise em Sorocaba, eu deitei no meio da rua, aí o cara desceu do carro e começou a me dar um monte de chute. Eu não falei nada, só fiquei deitado na rua. As vozes dizem para me matar e que eu não presto.
Minhas vozes ficam falando que é o final do mundo e daí eu começo a gritar que é o final do mundo. Outro dia eu comecei a gritar na frente da padaria, depois parei e fui embora. Agora não estou escutando vozes. Eu não sei se as pessoas querem se aproximar de mim para me bater, por isso eu ando rápido para elas não me baterem. Eu acho que até o ponto que nós achamos que estamos na normalidade e para eles não, as pessoas podem chegar a me bater.
Entrevista com profissional residente do CAPS:
Entrevistador: Você como estudante, o que você acha dos deficientes mentais pelo que você viu aqui no CAPS?
Entrevistada: Antes de eu trabalhar aqui, eu trabalhava no Hospital lá, eu ficava 12 horas. E lá, eu tinha como enfermeira 08 pacientes e aqui tem muito mais.Os pacientes aqui são mais responsáveis e tem mais autonomia pela sua saúde. Eu acho que a maioria dos casos dá para tratar no CAPS.
Comentários dos blogueiros:
Eu acho que foi bom, interessante a entrevista, que ela acha que os pacientes do CAPS são mais responsáveis para fazer o tratamento. Tratamento e liberdade. Dá mais responsabilidade do tratamento para os usuários.